O pastor Antônio Lima dos Santos Neto sabia que a baiana Luane Costa da Silva, de 27 anos, era uma mulher trans porque o local onde ele a encontrou é um ponto de prostituição para transexuais e travestis, diz Myllena Rios, irmã de Luane. A baiana era garota de programa em Santos, no litoral de São Paulo, onde foi achada morta em um quarto de motel no último dia 23.
“Ele sabia que era ponto de trans, rua de trans. Foi lá no intuito de buscar uma trans. Provavelmente ele já saia com ela. Ele já foi nessa intenção de matar, tirar a vida dela, e agora está dizendo que não sabia que ela era trans. Mentira, ele sabia, sim”, se revolta Myllena, ao saber que o pastor alegou que desistiu do programar ao descobrir que Luane era transexual e isso teria gerado um desentendimento que culminou em uma luta corporal. Antônio foi preso pela polícia de Santos em flagrante pouco depois do crime.
Para Myllena, que também é trans e faz programas, assim como a irmã, o pastor não quis pagar o valor combinado. “Não quis foi pagar ela. Achou jeito mais fácil de matar ela. Foi tudo mentira, não caiu em arma de choque, tudo isso é ele tentando… Sabe por que ele está falando tudo isso? Porque simplesmente ela não está aqui para contar a versão dela. Ela não pode se defender. Ele já estava mal intencionado, queria tirar a vida de minha irmã”, diz ela.
“Esses desgraçados vão sempre fazer a mesma coisa. Eles procuram a gente que é trans na noite para realizar os fetiches deles e depois nos matam e dão a versão deles. `Pensei que era mulher’. Mentira”.
Para a polícia, o pastor alegou que a mulher o abordou quando ele dirigia pela Avenida Senador Feijó, na cidade paulista. Foi oferecido um programa de R$ 100, os dois foram até um motel, mas, no local, o suspeito desistiu ao constatar que Luane era uma mulher transexual. Ele contou que a vítima se sentiu humilhada e cobrou mais R$ 100. Depois de realizar o pagamento, ela teria pedido mais e os dois entraram em luta corporal.
Fonte: Correio