A proposta de paz da Ucrânia avançou após uma reunião crucial em Davos, visando encerrar quase dois anos de conflito com a Rússia. O presidente Zelensky, embora ausente, teve sua representação por meio de seu chefe de gabinete, Andriy Yermak, nas negociações que incluíram figuras proeminentes, como Penny Pritzker, representante especial dos Estados Unidos para a recuperação econômica da Ucrânia, e James O’Brien, secretário de Estado adjunto dos EUA para Assuntos Europeus e Eurasiáticos.
A Suíça, como anfitriã das discussões, delineou o objetivo de finalizar princípios para “uma paz duradoura e justa na Ucrânia”. Esses princípios, segundo um comunicado divulgado na semana passada, deverão servir como alicerces para as próximas fases do processo de paz.
Um ponto de destaque foi o papel do Sul Global nas negociações. Países não-alinhados da África, América Latina, Oriente Médio e Ásia, que anteriormente estavam à margem das discussões sobre a Ucrânia, estão representados na estância montanhosa suíça. O conselheiro de segurança nacional da Nigéria, Nuhu Ribadu, foi visto participando da reunião, enquanto Yermak destacou a presença de representantes de 18 países asiáticos, 12 países africanos e 6 países sul-americanos.
Yermak afirmou que “os países do Sul Global estão cada vez mais envolvidos no nosso trabalho”, sinalizando uma mudança significativa na dinâmica das negociações.
A Ucrânia, apoiada firmemente por seus aliados, reitera consistentemente sua determinação em recuperar cada pedaço de território tomado pela Rússia. Entretanto, permanece incerto se os países do Sul Global concordarão com esses termos como parte integrante da fórmula de paz. Essa incerteza acrescenta complexidade às discussões, especialmente considerando as preocupações sobre o apoio dos EUA à Ucrânia em um ano eleitoral. O discurso esperado do conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, Jake Sullivan, e do secretário de Estado, Antony Blinken, no Fórum Econômico Mundial, pode oferecer insights cruciais sobre a posição americana nesse cenário geopolítico sensível.